Certa vez fui submetido a um questionamento de um aluno no qual foi abordado o tema: Competência. Abriu-se o dilema da aplicabilidade do famoso CHA, aquele composto por Conhecimento, Habilidade e Atitude. Me foi questionado como funciona esse tal saber fazer, saber como fazer e querer fazer na prática, pois na teoria os alunos sabiam na ponta da língua. Costumo trabalhar com analogias para facilitar a compreensão dos temas, logo exemplifiquei uma situação com um técnico de manutenção de computadores e como o CHA poderia se aplicar na referida circunstância.
Imagine a seguinte situação: Você possui um notebook de uma marca com arquitetura fechada e com um sistema operacional exclusivo, entretanto o equipamento falha de maneira que as imagens não aparecem na tela, o que fazer? Telefonar para um técnico em informática, óbvio.
O primeiro técnico, chamado Marcos, analisa o equipamento e minutos depois afirma não conhecer ao certo o problema e não trabalhar com equipamentos desta marca, pois por ser de arquitetura fechada, não tem experiência em consertá-lo. Pergunto a vocês, o técnico tem conhecimento sobre o assunto? Não, portanto é um técnico incopetente para o assunto o qual estou solicitando assistência.
Posteriormente você telefona em um outro número e aparece um segundo técnico, chamado Paulo, que assim como o primeiro, analisa o equipamento, porém diferentemente da primeira situação, Paulo afirma conhecer o problema e com propriedade explica que esta é uma situação comum em notebooks, ele diz que quando a imagem não aparece na tela, provalvemente é por causa de um tal de cabo flat ou inverter. Ok, o técnico provou conhecer acerca do assunto, então você o questiona: Você pode resolver o problema para mim? Infelizmente o técnico Paulo traz a informação de que em aparelhos desta marca, não costuma realizar este tipo de manutenção, pois os procedimentos para o reparo não são convencionais. O técnico resolveu o problema? Não, portanto não adianta apenas ter o conhecimento, o saber fazer, saber o que é, o conhecimento teórico, é necessário ter a habilidade, ou seja, o saber COMO fazer, é preciso saber aplicar a teoria à prática.
No referida ocasião você está chateado, não sabe se por contatar técnicos incopetentes ou por ter adquirido um produto desta marca. Sem muitas expectativas, você agendou uma visita com um terceiro técnico em informática, o João, que após a mesma exposição de motivos, alega ser fácil solucionar o problema. João explicou o que é o problema, quais as possíveis causas e como realizar o reparo do equipamento. Mostrou ter conhecimento e habilidade, mas não é o suficiente para que seja considerado um profissional competente, pois ainda resta a atitude, que traduz a ideia do querer fazer, ou seja, colocar-se à disposição para a solução do problema. Para a sua alegria, o técnico João teve a atitude de resolver o problema em apenas 15 minutos.
Qual é a essência desta situação hipotética? Mostrar que na prática, a competência depende do domínio dos três elementos e o desafio não é identificarmos a ausência do Conhecimento, Habilidade e Atitude nos profissionais que nos cercam, e sim realizarmos uma auto-avaliação para verificarmos se estamos sendo profissionais competentes, não aqueles profissionais incríveis explicitados em alguns currículos, mas os profissionais que demonstram na prática a aplicabilidade do CHA.
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